maio 31, 2006

voa-dora


img. hadley hooper
gosto de encontros do verbo encontrar...
não de encontros do verbo marcar, esperar, fixar...

maio 29, 2006

maio 28, 2006

"on a little road barely on the map" *

( com título, dedicado )

os poetas sabem que as palavras são corpos-viagem...
e que são caminhos...
e que acontecem gestos inteiros no dentro de quem lê.

...
"ouvir-te toda a noite e levar anos e anos a sentir-te" **
...


os mapas interessam pouco, os lugares...
as palavras são a duração do tempo despido
( e depois vivem no lado de nascer)


img de filipe abranches; *mushaboom- feist; **armando silva carvalho

maio 27, 2006

postcrossing


Este é o postal que chegará de mim à Finlândia.

maio 24, 2006

viver todos os dias cansa


img. de Bobi
inspirado título do pedro paixão
que roubo para me sossegar
- e descansar a alma - nos dias que nascem ao contrário

water ( lilly ) day


img. catia chien

maio 21, 2006

Lia e Noa


hoje, nos jardins do Centro de Arte de Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, um museu baloiçava numa árvore escondida, depois de percorrermos um caminho secreto.
Poderão ser os relógios museus para o tempo? E um albúm de fotografias?
Como como se guarda o tempo que vivemos? Cabe numa mala?
No gelo que derrete, o tempo vê-se passar enquanto passa.
fotos minhas

lua cheia









Vai nascer luminosa nas paredes da sala :)

maio 19, 2006

te miro


sempre, casa, princípio, agora, antes, eu, aqui, daqui, de mim ...
( as imagens da Eva Armisén fazendo comigo o caminho )

maio 18, 2006

intimidade...

















img de Karine ( trabalhada )
... como traduzir este espaço quente, se respira no silêncio anterior e depois de todas as vozes, e é palavra apenas quando se conjuga no verbo ser ( plural ) ?

maio 15, 2006

Muji


















Londres e' uma palavra-mala imensa para mim. La' dentro guarda uma série de outras palavras: intangiveis ( muitas) mas tambem algumas bem prosaicas. As "minhas lojas" sao um exemplo muito concreto. Mesmo nao sendo para comprar nada, ha cinco ou seis que são um ritual e fazem parte do que e' a viagem aqui.
So que o sentimento e' sempre misto: queria tanto ter a Muji, a Lush, a Waterstones, o Starbucks, a Borders ( da Oxford st. ), a Boots em Lisboa... mas tenho a certeza que nesse dia, tal como ja' foi acontecendo noutros casos, parte do sabor de inaugurar a cada nova vez que chego, um espaco conhecido e/mas de desejo, perder-se-a'. Por isso vou aproveitando. Hoje da Muji trouxe as minhas canetas de tinta liquida vermelho sepia - nao consigo encontrar este tom escuro e quente em nenhum outro lugar do mundo - e descobri uns cadernos novos quadriculados, compridos e magros, fabulosos.

maio 14, 2006

larger than life



















some moments touch the unlimitedness inside... that is what I call poetic experience.
il pierre mornet

maio 13, 2006

sisters


daqui a muito pouco estou aí.
chego a voar... ( para que voemos
juntas, como sempre :)
imag. de Noemi Villamuza para um livro
de Javier Sobrino

maio 12, 2006

?


Os dias acontecem-me assim: envelopes sem remetente visível no lado exterior.
Abri-los implica compromisso com a surpresa, entrar
para ser o texto, saber ler.

Hoje no correio, um envelope de vento muito solto:
- Corte! - ouvi-me dizer ( mas só porque o texto de mim com o hoje assim se lia ).
Desde os 15 anos que não usava assim o cabelo, por cima dos ombros.
Depois, uns óculos escuros de sol para substituir os dos últimos anos que - hoje, logo hoje(!)- tinham acabado por morrer pressentindo o fim de uma era. Por certo o envelope também se lhes dirigia e fê-lo directamente: do nada, uma haste e uma lente se soltaram ( ... vento ).
Boa esta carta. Bom que a li. Bom o texto que dela ficou em mim.
( E sim, tens razão, o cabelo é também uma roupa: (en)cobre ou deixa o corpo a descoberto, nu, real )

img. de Tamara

maio 11, 2006

shadow time, almost moon


( + a hypothesis of blue ) .
foto minha

maio 09, 2006

"sobre um poema" ou sobre o amor que se faz


Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.


Herberto Helder
img de susan derges

maio 08, 2006

para a joana







porque sabe fazer nascer
árvores cor de laranja
(depois e antes de tudo... )
porque me faz estar na Índia
por estes dias, tão perto.
Img. Amy Ruppel

maio 07, 2006

colecção de borboletas


A escrita é, na maioria das vezes,
uma colecção de borboletas presas com
alfinetes.
img: acknowledge

maio 05, 2006

just listen


img de H. Tullet

maio 03, 2006














"Transformar a imaginação que consome em imaginação que cria"
Gianni Rodari
imgs de T. Howells e Hundertwasser

maio 02, 2006

eu em viagem


Gosto da "invisibilidade" da viagem: estar sem estar, ver melhor porque de fora, dentro.
Nos contrastes e nos ajustes de mim ao novo, descubro sempre, outra vez, os meus contornos ( às vezes, novos também ).
eu, London underground 2005, foto de F.Reis