Não é uma coisa só,
São muitas coisas nuas.
Não é o desabar de uma casa.
É percorrer os seus escombros.
Não é aguardar por um filho.
É voltar a sê-lo.
Não é penetrar em ti.
É sair de mim.
Não é pedir-te que faças.
É fazer-te.
Não é dormir lado a lado.
É estar jacente de mãos dadas.
Não é ouvir vento e chuva.
É franquear-lhes a cama.
E relâmpago que pela terra se funde.
António Osório
img. sugimoto
4 comentários :
Dora, que maré de inspiração... :)
O poema é magnífico. Cada nota, cada frase, cada visão e cada sentimento que faz brotar.
Gosto da coisas simples. Muitas. Desse mar.
:)
Bom sábado!
Um espetáculo. e como outras vezes aqui desce-me como a saliva. Bjs Fábia.
é sair.
é voltar a sê-lo.
belíssimas,
as palavra de horizonte prateado.
bj
gostei muito de ler este poema do antónio osório que não conhecia *
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