A palavra é uma estátua submersa,
um leopardo que estremece em escuros bosques,
uma anémona sobre uma cabeleira.
Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,cega e nua,
mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
se vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.
António Ramos Rosa
( é por isso que aqui volto todos os anos. )
4 comentários :
oh! que belo sitio... tens razão
(e tb eu gostaria de poder estar aí...)
beijos
p.s.
(gosto muito de António Ramos Rosa... aprendi a gostar... não fácil, mas agora é irreversível! adoro...)
a felicidade é "contagiosa"
:)
Que poderei dizer ...
Obrigada por me "levar" a lugares onde posso sonhar ...
A magia das palavras e estórias andarilhas é única... adorava ter estado por lá este ano...
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