setembro 30, 2006

desejos para o tempo que começa...

É o livro da Iela Mari de que mais gosto...
(Re)comprei há pouco um exemplar novo.

O outro, antigo no carrossel das estações, está nu de folhas como a árvore do inverno. Deixei que isso fosse acontecendo, organicamente: o ler correspondendo ao folhear, correspondendo ao desfolhar, correspondendo ao cumprir-se história que é verdade fora dali.
Gosto e acredito nos ciclos. Preciso deles para me confirmar pessoa, gente, ser.
A sequência de fotos voou de um outro blog, como as folhas do meu livro antigo. Chegaram-me como um começo.
Obrigada a quem a libertou.





setembro 25, 2006

bruxelas

A Maria nunca tinha ouvido a palavra bruxelas...
apareceu-lhe no prato, ao mesmo tempo que as couves pequeninas que eu lhe juntava ao arroz...

Experimentemos... um segundo novo para escutar bruxelas como se percebessemos pela primeira vez este som, ainda por cima, associado a alimentos estranha e subitamente minúsculos....
Pois é, coisas de bruxas, só pode ser!
Mesmo depois da explicação de ser um nome de cidade, ela insitiu:
- Claro, a cidade onde moram as bruxas e os bruxos que fazem bruxarias!
E acrescentou: - é de lá que voam nas suas vassouras e é para lá que voltam.
Será?
img. gratzv verlag

setembro 22, 2006

palavras que são água para entrar





Era uma vez uma mulher
casada com um rio.
Aquilo de que ela mais gostava
era de sair cedo de casa
e ir banhar-se no seu marido....


( Assim alguém começou...
mais 2 dias e 2 noites a ouvir histórias!)


foto minha ( o cartaz lindíssimo em Praga ajudou:)

setembro 21, 2006

um leopardo que estremece em escuros bosques

A palavra é uma estátua submersa,
um leopardo que estremece em escuros bosques,
uma anémona sobre uma cabeleira.
Por vezes é uma estrela
que projecta a sua sombra sobre um torso.
Ei-la sem destino no clamor da noite,cega e nua,
mas vibrante de desejo
como uma magnólia molhada. Rápida é a boca
que apenas aflora os raios de uma outra luz.
Toco-lhe os subtis tornozelos, os cabelos ardentes
se vejo uma água límpida numa concha marinha.
É sempre um corpo amante e fugidio
que canta num mar musical o sangue das vogais.

António Ramos Rosa

( é por isso que aqui volto todos os anos. )

setembro 18, 2006

just put your lips together...



"Slim - You know you don't have to act with me, Steve.
You don't have to say anything, and you don't have to
do anything. Not a thing. Oh, maybe just whistle.
You know how to whistle, don't you, Steve?
You just put your lips together and... blow."

One of my always movie,
"To have and have not",
for the lines...
for the two of them!

setembro 15, 2006

feliz!



img. de Eva armisén

setembro 08, 2006

abre para cá


foto minha, título de Jacinto Lucas pires

setembro 06, 2006

gosto tanto quando tens 5 anos... !


... e isto porque te contava os cozinhados que fazia,
mostrando-te nas fotografias dos livros de culinária desse tempo os salpicos felizes
nas receitas mais repetidas...


As letras eram as iniciais dos nossos nomes. Marcam as selecções de cada uma:
A "Salada Sofia" era um must: foi votada por nós as três
- era eu que fazia os Jotas da mãe porque a Caia ainda fazia o C em espelho :) -
e as muitas manchas e respingos indicam que foi muitíssimo aprovada!

( gosto que me conheças com 5 anos )

1ª il. sarah fanelli

setembro 05, 2006

o caminho redondo da lua ...


...para a Susana e para o Jorge,
que começaram hoje a ficar grávidos.

setembro 01, 2006

K especial



Já passaram 100 anos. Não sei quando terá o sr Kellogg chegado a Portugal, mas ainda me lembro da maior felicidade que nos esperava de cada vez que íamos a Londres, eu e a Caia: "cornosflakes" ao pequeno almoço, no bed and breakfast da Esmeralda em Earls Court. Isto quer dizer que se por cá existiam quando tínhamos 5-6 anos, pelo menos não eram assim uma coisa muito habitual. O crunch bom e amarelo torrado a estalar na boca de manhã permitia-nos legitimamente desafiar as regras da boa educação e pôr os vizinhos de mesa a olhar para nós com um sorriso que durava um segundo antes da voz e o olhar severo do pai o/nos interromper bruscamente. Até os "cornosflakes" obedeciam, pois amoleciam logo em seguida, afundados no banho do leite quente açucardo, uma papa que durava longos minutos a ser comida, o tempo do nosso consolo. Adorávamos as viagens a Londres. Anos mais tarde aqui, aprendemos a usá-los com leite frio para que o barulho estaladiço durasse mais tempo, mas não era a mesma coisa.