março 13, 2006

risco


Lilith. Nome de mulher e nome de lua ainda mais profunda. Nunca tinha visto este filme de 1964. A palavra inglesa era rapture. O tradutor português chamou-lhe arrebatamento. Numa das cenas, alguém explicava:
"- ...arrebatamento. No tempo de Shakespeare significava loucura, tal como frequentemente as palavras êxtase* e inocência."
E fiquei a pensar nesta só aparentemente ténue fronteira de significações. Acho que foi Lobo Antunes quem ouvi dizer que a margem de manobra da decisão - são/louco - depende absolutamente do grau de tolerância, claramente subjectivo, do médico que assina o papel. Do seu próprio grau de arrebatamento, inocência ?!
Pelos vistos, dependerá também e ainda da época e dos costumes em que vivemos e, acima de tudo, das palavras que escolhemos para designar os estados da alma.
As palavras...
* aqui, e apenas por tentativa de fidelidade, a responsabilidade da palavra portuguesa é minha; a legendagem escolhia curiosamente a palavra paixão, a partir do script original inglês ecstasy.
As ilustrações são da minha querida Madalena Ghira para a agenda da paz 2006.

4 comentários :

Anónimo disse...

Dora,
Além da Ideália, quero deixar aqui minha alegria comovida com sua "visita". Ver por sua "janela" é ver um mundo rico e belo!
Fico feliz também por encontrar quem compreende ou percebe esta fronteira tênue entre o eclipse e a Lua nova, entre a crescente e a cheia! Entre Lilith, Diana, Hécate ou Selene. Não são todas a mesma lua? Assim como nossos sentimentos?

A propósito:não sou boa com a lingua inglesa mas guardei por anos um poster que dizia: "Peace is not a state, but a risk"

Um abraço amplo e carinhoso, Angela.

125_azul disse...

A menos que seja destrutiva, obscena não será. E sim, tem tudo a ver com a época, a persectiva e quem assina. Os estados de espírito exacerbados são um risco para os não passionais. E eles é que mandam!
Sinto-me feliz, arrebatada e passional quando venho aqui. Tão bom!

Sara Aguilar disse...

:)

Anónimo disse...

Ola, és a dona do nosso (castelo). Aquele onde me permiti viver a vida de principe. Agradeco-te o postal nao lido, mas que sem saber trasmitiu toda a paz do momento. São estas horas da manhã, leio o teu ceú que por ventura será o causador da tua levitação e parte da minha aprendizagem que partilho ao telefone com a princesa dos meus sonhos eternos e doces. um recado do outro lado da (entre) linha -"a tua expiração....a nossa inspiração"

do principe sem o ser... a querer.............Até...........