janeiro 02, 2006

Voos de trás
















É o meu primeiro pássaro. Foi dele que recebi as asas. Eterno.

Depois foi a linguagem secreta... ( porque só os pássaros sabem profundamente ler os outros pássaros ): albatroz, eterno no voo, no branco, na busca... eterno em mim, também.

"O teu pássaro nunca seria um pássaro banal, o clássico pássaro símbolo de liberdade nem seria um super-pássaro que fizesse explodir a sua gaiola com a potência contundente dos efeitos especiais, não senhor... Nem seria um pássaro triste e desanimado, agonizando na sua enjaulada solidão... Seria antes um pássaro mágico, tão leve de tão menino, que nunca sequer teria existido gaiola capaz de o reter porque à mínima teria simplesmente imaginado outra coisa em lugar da gaiola e se alguma vez lhe tivesse ocorrido enjaular-se, seria não mais que para brincar, por breves e inefáveis momentos, aos meninos tristes, para sentir um pouco mais o seu coração generoso..."

( obrigada )

2 comentários :

Miguel Horta disse...

A gaivina é uma ave...
Sempre te admirei pela energia, teimosa e doce ao mesmo tempo.
Vou passar a poisar, de vez em quando, neste teu lugar.
Sou migratória, não tenho poiso certo.
Mas escuto sempre o traço no voo das aves.

dora disse...

Não te sabia pássaro - mas acho que sempre o fui adivinhando no vento do fumo do teu cachimbo, forte e indeciso, entre o alto mais alto e as águas profundas.
Volta muitas vezes :)