Foi muito especial a conversa com uma senhora, ontem, quando nos apressávamos entre toalhas, toucas e fatos de banho para uma aula na piscina.
Estávamos as duas atrasadas uns minutos e o balneário já vazio de outras pessoas.
Ela já lá estava quando cheguei. A robustez redonda mas ágil do corpo e o sorriso sobressaíam.
Era uma mulher muito bonita, traços largos e marcados no rosto que adivinhavam força e muita sabedoria. Depois de duas ou três palavras, guardei de imediato a sua imagem na minha galeria de mulheres “Marguerite Yourcenar”.
O tempo alargou-se também. Foram apenas alguns minutos de conversa que em mim duraram muito pela força que sobressaía daquela mulher.
Faz 70 anos daqui a quatro meses. Quando já subíamos as escadas que levam à luz e à maravilhosa água daquela piscina, enquanto falava de literatura, interrompeu e de repente disse-me:
- Pelo meu marido fui viver para uma terra pequena onde não havia muita coisa...
Para encher a vida, enchi-me de filhos. Cinco em seis anos. O corpo alargou.
Anos mais tarde, porque já tinha saudades, tive mais um.
Sorri e mergulhámos ambas em extremidades opostas daquele rectângulo de 25 metros.
Durante toda a aula fui observando aquela mulher cheia de tanta coisa viva, evidente em todos os gestos, pensando para comigo o que direi eu da minha vida quando tiver 70 anos. Quero esta leveza cheia.
Estávamos as duas atrasadas uns minutos e o balneário já vazio de outras pessoas.
Ela já lá estava quando cheguei. A robustez redonda mas ágil do corpo e o sorriso sobressaíam.
Era uma mulher muito bonita, traços largos e marcados no rosto que adivinhavam força e muita sabedoria. Depois de duas ou três palavras, guardei de imediato a sua imagem na minha galeria de mulheres “Marguerite Yourcenar”.
O tempo alargou-se também. Foram apenas alguns minutos de conversa que em mim duraram muito pela força que sobressaía daquela mulher.
Faz 70 anos daqui a quatro meses. Quando já subíamos as escadas que levam à luz e à maravilhosa água daquela piscina, enquanto falava de literatura, interrompeu e de repente disse-me:
- Pelo meu marido fui viver para uma terra pequena onde não havia muita coisa...
Para encher a vida, enchi-me de filhos. Cinco em seis anos. O corpo alargou.
Anos mais tarde, porque já tinha saudades, tive mais um.
Sorri e mergulhámos ambas em extremidades opostas daquele rectângulo de 25 metros.
Durante toda a aula fui observando aquela mulher cheia de tanta coisa viva, evidente em todos os gestos, pensando para comigo o que direi eu da minha vida quando tiver 70 anos. Quero esta leveza cheia.
Il. de Carl Cneut
4 comentários :
Has-de contar outras historias e pinta-las de um azul muito teu...
Saudades
parece que estou a ouvir a tua voz, e a tua alegria ao falares com essa senhora.
Não tenho a menor dúvida de que quando chegares aos 70 estarás cheia de tanta leveza.
Beijinhos
Olá Dora! Que saudades!
Desde que a João me falou do teu blog, visito-o frequentemente.
Ao ler as tuas palavras, revejo-te, reconheço o teu rosto e percebo que continuas a iluminar a tua vida com poesia!
Obrigada por me ajudares a manter o sorriso nestes meus dias cercada por alunos.
Um beijinho grande,
Lara
Oh Lara, que contente fico com as tuas visitas e o teu comentário!
Como estás?
Saudades...
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