janeiro 31, 2008
janeiro 30, 2008
janeiro 26, 2008
janeiro 25, 2008
bird girl (i'm)
first paint a cage
with an open door
then paint
something pretty
something simple
something beatiful
something useful
for the bird
then place the canvas against a tree
in a garden
in a wood
or in a forest
hide behind the tree
without speaking
without moving...
Sometimes the bird comes quickly
but it can also take years
before deciding
Don't be discouraged
wait
wait for years if necessary
the swiftness or slowness of the coming
of the bird having no bearing
on the success of the painting
When the bird comes
if it comes
observe the most profound silence
wait till the bird enters the cage
and when it has entered
gently close the door with a brush
then
rub out all the bars one by one
taking care not to touch any of the bird's feathers
Then paint the portrait of the tree
choosing the most beatiful of its branches
for the bird
paint also the green foliage and the wind's freshness
the dust of the sun
and the noise of insects in the summer heat
and then wait for the bird to decide to sing
If the bird doesn't sing
it's a bad sign
a sign that the painting is bad
but if it sings it is a good sign
a sign that you can sign
so then very gently pull out
one of the feathers of the bird
and write your name in a corner of the painting.
jacques prevert, "how to paint the portrait of a bird"
with an open door
then paint
something pretty
something simple
something beatiful
something useful
for the bird
then place the canvas against a tree
in a garden
in a wood
or in a forest
hide behind the tree
without speaking
without moving...
Sometimes the bird comes quickly
but it can also take years
before deciding
Don't be discouraged
wait
wait for years if necessary
the swiftness or slowness of the coming
of the bird having no bearing
on the success of the painting
When the bird comes
if it comes
observe the most profound silence
wait till the bird enters the cage
and when it has entered
gently close the door with a brush
then
rub out all the bars one by one
taking care not to touch any of the bird's feathers
Then paint the portrait of the tree
choosing the most beatiful of its branches
for the bird
paint also the green foliage and the wind's freshness
the dust of the sun
and the noise of insects in the summer heat
and then wait for the bird to decide to sing
If the bird doesn't sing
it's a bad sign
a sign that the painting is bad
but if it sings it is a good sign
a sign that you can sign
so then very gently pull out
one of the feathers of the bird
and write your name in a corner of the painting.
jacques prevert, "how to paint the portrait of a bird"
janeiro 19, 2008
janeiro 16, 2008
slowlyfullmooning
round pink... mint moons... white giant cloud...............
imense.... plof sound... laugh... again!
being a part-timer at the moon factory: an addictive pleasure.
img. pep montserrat
janeiro 13, 2008
surpresa ! ! !
... e se de repente algumas das palavras que ouvimos num dos programas de rádio de que mais gostamos tivessem sido escritas por nós... ? Também por nós, porque o olhar do Pedro, o dele em particular, reescreve enquanto lê.
Assim foi. Perdi-o no dia 6 de Janeiro. Mas como é um programa imperdível ( o dentro de quem faz blogs estabelece pontes directas com quem os tem ), recupero os que não ouço no dia, através do site da Antena1. Fi-lo ontem. O formato era diferente - e eu gosto quando o Pedro Rolo Duarte é centro e escolhe a partir daí, com uma lógica autoral mais evidente de que tenho sempre saudades. Já disso dei conta no ano passado, aqui. Agora liam-se textos de posts em blogs do ano de 2007, alternados com música. De repente, la double vie de veronique estava lá. Feliz, muito surpresa, eu ! ! ! Gosto tanto de fios.
( pergunta minha, já antiga: porque não tem podcast este programa? )
img. betsi walton
( pergunta minha, já antiga: porque não tem podcast este programa? )
img. betsi walton
janeiro 11, 2008
somewhere else
"it is not down
in any map;
true places never are" h. melville
img. isabelle vandenabeele
janeiro 08, 2008
antropologia
Como não queria que a intensidade do meu amor afugentassse a Cotovia, fingi indiferença. Comecei a temer que a táctica não estivesse a dar resultado; parecia aborrecida na minha companhia, não parava de olhar para o relógio, como se estivesse imapaciente por ir para outro sítio muito melhor. Mesmo assim, combinávamos sempre distraídamente novo encontro. Quando, enfeitiçado, sugeri, como quem não quer a coisa, que nos casássemos, encolheu os ombros e, bocejando, disse: - Já agora. Não podia acreditar na minha sorte. O homem perguntou-nos se estávamos preparados para nos amaramos e ampararmos mutuamente para sempre. Cotovia respondeu-lhe "porque não?" e eu disse-lhe que "achava que sim".
Dan Rhodes,
A namorada portuguesa e outras 100 histórias.
Gosto especialmente do tempo que as vírgulas fazem aqui, coreografando em namoro o momento da sugestão. Gosto do que vejo como dança no corpo dos personagens, a partir do ritmo dentro-sinto/fora-ajo "como quem não quer a coisa".
Depois, o resto das histórias, as outras 100. Cada uma com 101 palavras, 1 palavra como título, organizadas alfabeticamente a partir dele ( na versão inglesa ). Sim, era demasiado proposta a la "creative writing workshop", que me irritou assim à primeira; mas no caso - porque as li todas, esqueci-me logo disso. É certo que gosto especialmente de formas breves na escrita, pela exigência. Mas há aqui alguma coisa daquilo que andamos a falar acerca do que pode ser a literatura, e não só numa ou duas histórias; o fôlego mantém-se e com ele o sorriso de nos irmos reconhecendo cubisticamentede, de namorada para namorada, nisto do que é querer ser um "a dois" . Só não percebo a opção localista do título... demasiado linear pegar noutro título de um dos contos só porque "o nacional" está lá. Sobretudo quando estamos a editar uma proposta desta natureza que usa milimetricamente cada palavra. Perde-se o que diz (sobre tudo que se fala), precisamente, numa palavra. Antropologia era só também a que inaugurava o indíce. Tão custosa deve ter sido encontrar a fórmula; vem a namorada portuguesa e estraga tudo. mais 4.
Dan Rhodes,
A namorada portuguesa e outras 100 histórias.
Gosto especialmente do tempo que as vírgulas fazem aqui, coreografando em namoro o momento da sugestão. Gosto do que vejo como dança no corpo dos personagens, a partir do ritmo dentro-sinto/fora-ajo "como quem não quer a coisa".
Depois, o resto das histórias, as outras 100. Cada uma com 101 palavras, 1 palavra como título, organizadas alfabeticamente a partir dele ( na versão inglesa ). Sim, era demasiado proposta a la "creative writing workshop", que me irritou assim à primeira; mas no caso - porque as li todas, esqueci-me logo disso. É certo que gosto especialmente de formas breves na escrita, pela exigência. Mas há aqui alguma coisa daquilo que andamos a falar acerca do que pode ser a literatura, e não só numa ou duas histórias; o fôlego mantém-se e com ele o sorriso de nos irmos reconhecendo cubisticamentede, de namorada para namorada, nisto do que é querer ser um "a dois" . Só não percebo a opção localista do título... demasiado linear pegar noutro título de um dos contos só porque "o nacional" está lá. Sobretudo quando estamos a editar uma proposta desta natureza que usa milimetricamente cada palavra. Perde-se o que diz (sobre tudo que se fala), precisamente, numa palavra. Antropologia era só também a que inaugurava o indíce. Tão custosa deve ter sido encontrar a fórmula; vem a namorada portuguesa e estraga tudo. mais 4.
janeiro 05, 2008
je te............
je te lune
tu me nuage
tu me marée haute
je te transparente
tu me pénombre
tu me translucide
tu me château vide
et me labyrinthe
tu me paralaxe
et me parabole ...
my foto; excerto de poema no espectáculo:
L'echo de mon corps répété dans le batement d'une aile murmurante
tu me nuage
tu me marée haute
je te transparente
tu me pénombre
tu me translucide
tu me château vide
et me labyrinthe
tu me paralaxe
et me parabole ...
my foto; excerto de poema no espectáculo:
L'echo de mon corps répété dans le batement d'une aile murmurante
janeiro 03, 2008
o jogo da liberdade da alma
Se o toque não for decidido,
e o medo nos invadir,
não terei palavras para lho dizer.
Como dizer que uma lâmpada se funde inesperadamente
que um prato cai sem darmos por isso, quando isso é a própria queda,
que uma voz desaparece repentinamente de nos falar
que um afecto é, de facto, tudo (mas não de tudo quanto o prende)
que teria gostado de escrever romances
se o tempo não existisse
que se o toque fosse indiferente apenas existiriam atributos
ou, se preferes, enquanto acaricias esse espaldar só haveria vestidos,
e o corpo onde o deixarias
sem ter, sequer, a noção de afecto a quem o dar,
não olhes para mim com esse olhar.
Sem uma memória decidida,
as coisas desconhecidas flutuam.
Sim, imagino.
Disse-lhe, soletrando todas as letras,
o cheiro fasto que se desprende do espaldar é de um homem,
odor denso, de um homem incómodo, embaraçoso, opaco.
"Quem gostarias de ver a teu lado?"
maria gabriela llansol
e o medo nos invadir,
não terei palavras para lho dizer.
Como dizer que uma lâmpada se funde inesperadamente
que um prato cai sem darmos por isso, quando isso é a própria queda,
que uma voz desaparece repentinamente de nos falar
que um afecto é, de facto, tudo (mas não de tudo quanto o prende)
que teria gostado de escrever romances
se o tempo não existisse
que se o toque fosse indiferente apenas existiriam atributos
ou, se preferes, enquanto acaricias esse espaldar só haveria vestidos,
e o corpo onde o deixarias
sem ter, sequer, a noção de afecto a quem o dar,
não olhes para mim com esse olhar.
Sem uma memória decidida,
as coisas desconhecidas flutuam.
Sim, imagino.
Disse-lhe, soletrando todas as letras,
o cheiro fasto que se desprende do espaldar é de um homem,
odor denso, de um homem incómodo, embaraçoso, opaco.
"Quem gostarias de ver a teu lado?"
maria gabriela llansol
janeiro 01, 2008
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