março 30, 2007
março 26, 2007
"Não sei como desenhar o menino. Sei que é impossível desenhá-lo a carvão, pois até o bico de pena mancha o papel para além da finíssima linha de extrema atualidade em que ele vive. Um dia o domesticaremos em humano, e poderemos desenhá-lo. Pois assim fizemos conosco e com Deus."
clarisse lispector, "menino a bico de pena"
il. danuta wojciechowska
il. danuta wojciechowska
março 23, 2007
o rapaz que sabia acordar a primavera
- Sonha com flores, sim? - disse-lhe eu ao telefone.
- Vou sonhar com uma flor no teu cabelo - disse ele.
É um rapaz, sim. Chama-se João, vai fazer 5 anos e já sabe acordar a Primavera.
il. do lindíssimo novo livro de Luísa Dacosta e Cristina Valadas.
março 21, 2007
março 20, 2007
(especialmente para a Margarida)
No CAM, um livro de poemas e um tapete jardim* combinaram tudo:
nascerá amanhã, dia 21, a Primavera.
(*pin/lantado pelo André Carvalho)
março 16, 2007
que bem me calhou ler este texto hoje !
"Isso de não fazer nada existe? Quando estás a praticar o nada, o que estás a fazer? Um ser humano existe sem preguiça? Quando não nos apetece fazer nada, será porque nos apetece fazer tudo? Ou outra coisa? O trabalho liberta? E a preguiça? Prende?
Quando somos crianças, a preguiça acaba quando nos espreguiçamos e só regressa quando estamos exaustos da brincadeira. Quando somos adultos, a preguiça envergonha-se perante o trabalho que se avoluma e ninguém admite que a sente..."
texto de apresentação de A Preguiça Ataca, espectáculo de Aldara Bizarro ( com estreia marcada no ccb de 5 a 13 de Maio ); il. Sara Fanelli.
março 15, 2007
som
março 13, 2007
março 12, 2007
março 10, 2007
março 08, 2007
março 07, 2007
sede
"Numa excursão de ônibus escolar, ele estava com muita sede. Quando houve uma parada perto de um chafariz, ele foi o primeiro a chegar para beber. Colou a boca no orifício de onde jorrava a água. Depois que se saciou, abriu os olhos e viu que o orifício era a boca de uma estátua de mulher nua. Afastou-se, ficou olhando para a estátua. Fora seu primeiro beijo. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva. [...] Ele se tornara um homem.”
Clarisse Lispector, " O primeiro Beijo", in Felicidade Clandestina.
il. Sara Fanelli
Clarisse Lispector, " O primeiro Beijo", in Felicidade Clandestina.
il. Sara Fanelli
março 05, 2007
ting ting jahe
março 04, 2007
dido & aeneas ( ou sasha waltz )
Em Lisboa, 2 dias no início de Março, um bailado+uma ópera+uma história agida por 30 homens-e-mulheres-deuses. Feita de corpo ( mãos, pernas, braços, abraços, voz, cabelos ) e da água aonde se volta para nascer outra vez. feita de ar, sempre, e de céu onde o peso de dois é o equílibrio e o voo. feita do fundo e de raizes que mandam nas tempestades e fazem as vontades. feita do fogo que se acende, mas que é só luz para que a vida possa continuar depois... depois.
Foi tudo, muito, e muito breve para tanto. Acrescente-se leveza como a palavra que nesse depois nos transtorna: com ela torna-se perfeito demais. Para rever ou evocar, espreitar um bocadinho aqui.
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