março 24, 2011



Folha a folha como se constrói um pássaro
e entre si o ar e a árvore

se iluminam.

O pássaro canta, alguém escuta, as coisas

em desiquilíbrio

no grande buraco luminoso para cima.
E o canto continua tudo entre árvore e ar

com a luz desarrumada folha a folha.
E cada coisa regressa de si mesma. (...)


Herberto Helder
In Ou o Poema Contínuo, Do Mundo, IV
( relembrado aqui )

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