dezembro 29, 2009
fósforos e grãos de milho
Aqui uma janela para espreitar um livro recém premiado, a chegar
nos inícios do ano a Portugal.
Terei de levar um casaco para os países frios,
um cantil para o deserto,
fósforos e grãos de milho
para acender uma fogueira
e para fazer pipocas quando tiver fome.
Vou pôr tudo numa mala,
descer pela janela,
içar as velas
e partir!
( um livro de pequenos futuros )
dezembro 21, 2009
dezembro 20, 2009
dezembro 16, 2009
dezembro 13, 2009
dezembro 12, 2009
... mas sonham com o céu
De um tudo nada se faz tudo e mais alguma coisa.
Uma baga de medo é um fruto do bosque.
Caminhar é viajar na mente sem lugar sentado para o corpo.
O medo só assalta lugares habitados.
Os sonhos deitam-se por terra mas sonham com o céu.
O corpo encolhe-se, a mente recolhe-se.
( textos de emílio remelhe + ed root )
dezembro 07, 2009
what a book is
"A book is a sequence of spaces.
Each of these spaces is perceived at a different moment
- a book is also a sequence of moments.
A book is not a case of words, nor a bag of words, nor
a bearer of words.
A writer, contrary to the popular opinion, does not write books.
A writer writes texts.
(...) "
the new art of making books, ulises carrión, 1975.
img. susan janssen
- a book is also a sequence of moments.
A book is not a case of words, nor a bag of words, nor
a bearer of words.
A writer, contrary to the popular opinion, does not write books.
A writer writes texts.
(...) "
the new art of making books, ulises carrión, 1975.
img. susan janssen
dezembro 01, 2009
wating for this old lady
Já tinha esta (com mosca também) e mais duas ou três noutras edições menos ilustradas, uma delas acrescentada de um cd, ou não fosse um texto lengalenga daqueles que conheço desde pequena.
Mas esta..., ou melhor, este (livro-objecto-corpo) criado pelo Jeremy Holmes é, parece, .... ✶✶✶✶✶✶ !
Rendida pela descoberta no book-by-its-cover, o link imediato foi o da amazon, claro está. Cá a espero.
Mas esta..., ou melhor, este (livro-objecto-corpo) criado pelo Jeremy Holmes é, parece, .... ✶✶✶✶✶✶ !
Rendida pela descoberta no book-by-its-cover, o link imediato foi o da amazon, claro está. Cá a espero.
novembro 29, 2009
novembro 22, 2009
novembro 20, 2009
novembro 17, 2009
novembro 11, 2009
the little boy and the old man
Said the little boy, "Sometimes I drop my spoon".
"Said the old man,"I do that too".
The little boy whispered, "I wet my pants."
"I do that too," laughed the little old man.
Said the little boy, "I often cry."
The old man nodded, "So do I."
"But worst of all," said the boy,
"it seems grown-ups don't pay attention to me".
And he felt the warmth of a wrinkled old hand.
"I know what you mean," said the little old man.
images and words by Shel Silverstein
novembro 05, 2009
Aplastamiento de las gotas
Yo no sé, mirá, es terrible cómo llueve. Llueve todo el tiempo, afuera tupido y gris, aquí contra el balcón con goterones cuajados y duros, que hacen plaf y se aplastan como bofetadas uno detrás de otro qué hastío. Ahora aparece una gotita en lo alto del marco de la ventana, se queda temblequeando contra el cielo que la triza en mil brillos apagados, va creciendo y se tambalea, ya va a caer y no se cae, todavía no se cae. Está prendida con todas las uñas, no quiere caerse y se la ve que se agarra con los dientes mientras le crece la barriga, ya es una gotaza que cuelga majestuosa y de pronto zup ahí va, plaf, deshecha, nada, una viscosidad en el mármol. Pero las hay que se suicidan y se entregan en seguida, brotan en el marco y ahí mismo se tiran, me parece ver la vibración del salto, sus piernitas desprendiéndose y el grito que las emborracha en esa nada del caer y aniquilarse. Tristes gotas, redondas inocentes gotas. Adiós gotas. Adiós.
julio cortázar
julio cortázar
Elena Odriozola, prémio Euskadi.
Depois de ganhar o Segundo Prémio Nacional de Ilustração de Espanha em 2006, com o livro da editora OQO A princesa que bocejava a toda a hora, Elena Odriozola acaba de ser premiada pelas ilustrações do texto de Julio Cortázar, Aplastamiento de las gotas ( acima transcrito ), editado pela Laberinto de las Artes.
A leitura de Odriozola é um lugar radicalmente paralelo ao de Cortázar. Arriscadamente. Não há água, não há chuva, não há gotas que o olhar possa perceber nos seus traços. O laço melancólico acontece num lugar mais fundo entre os autores. Mas sim, é líquido essa ponte onde se encontram e tem pele de gentes dentro.
A ilustradora, que trabalhou numa agência de publicidade, diz que isso lhe valeu a aprendizagem fundamental na interpretação de textos e no saber que "é melhor dizer poucas coisas". E fez desse silêncio a sua assinatura.
A ilustradora, que trabalhou numa agência de publicidade, diz que isso lhe valeu a aprendizagem fundamental na interpretação de textos e no saber que "é melhor dizer poucas coisas". E fez desse silêncio a sua assinatura.
outubro 23, 2009
outubro 18, 2009
outubro 11, 2009
a cor dar
Passamos pelas coisas sem as ver, gastos, como animais envelhecidos: se alguém chama por nós não respondemos, se alguém nos pede amor não estremecemos, como frutos de sombra sem sabor, vamos caindo ao chão, apodrecidos.
Eugénio de Andrade
img. alfred eisenstaedt
outubro 05, 2009
setembro 28, 2009
setembro 20, 2009
of dragons and fairy tales
"Fairy tales don't say to children that dragons exist.
Children already know that.
Fairy tales say dragons can be killed."
(said in one of criminal minds' episodes)
img. Emmanuelle Houdart
setembro 14, 2009
( yesterday, in rome )
How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints!---I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life!---and, if God choose,
I shall but love thee better after death.
Elizabeth Barrett Browning. Sonnet 43, The Portuguese.
xxxxA xxxxxUxxxx G xxxxUxxxxx R xxxxx Isetembro 06, 2009
the invisible age
Photographic Self-Portraits
by Women Aged 50-65
(... who feel not only invisible, but at the invisible age. )
agosto 31, 2009
turn left, right turn
A chance of sunshine foi, ao que parece, uma infeliz tradução do título do livro do autor tailandês Jimmy Liao. Diz quem sabe ler chinês que seria Turn left, Right turn, literalmente. Acrescenta-se também que o restante texto está demasiado simplificado, e por isso bem longe da subtil poesia original. Acredito, pela amostra da soapy versão do título. Mesmo sabendo-o, é um dos livros deste autor há muito na minha wishlist.
Curioso foi descobrir agora o primeiro filme asiático em língua chinesa da Warner Bros. : Turn left, Turn right. Geometrias em direcções opostas, dois planos num mesmo fundo, na mesma cena, um homem e uma mulher ligados pela cor e por uma cortante simetria... Demasiada coincidência só a partir do cartaz? Não, de todo. Foi mesmo baseado no livro de Liao, que até surge como personagem nalgumas cenas do filme. Obrigada a quem no-lo deixou todo aqui.
agosto 23, 2009
almas (in)stáveis
"É preciso amar a dança para continuar a dançar. Não nos devolve nada, nenhuns manuscritos para guardar, nenhumas pinturas para pendurar nos museus, nenhuns poemas para serem impressos e vendidos, nada a não ser aquele momento fugaz em que nos sentimos vivos. Não é para almas instáveis." Merce Cunningham
(citada por Vanessa Rato in ípsilon 21.8). Martha Graham in img.
(citada por Vanessa Rato in ípsilon 21.8). Martha Graham in img.
agosto 21, 2009
agosto 20, 2009
agosto 19, 2009
agosto 07, 2009
agosto 06, 2009
agosto 05, 2009
julho 19, 2009
( hoje desci ao fundo do mar )
De volta, feliz, à superfície. Tocar na areia, nas algas, nas anémonas a 10 metros de profundidade abaixo da linha de água, respirando um ar diferente e novo, foi-me uma espécie de chegada à lua dentro da terra. Coincidentemente, é Julho outra vez. Na cabeça ia ouvindo as palavras de Sophia e percebia melhor que nunca A Menina do Mar. Agora é preciso voltar.
img. Leonardo da Vinci
julho 17, 2009
nós fomos de moto...
... ao mercado de Oeiras. Seres de um outro mundo andavam por ali (e nós sabíamos). Gostamos sempre muito de os encontrar e de saber que nos vão deixando mais rasto de si: bem-vindos os dois novos livros da família Planeta Tangerina.
julho 09, 2009
julho 08, 2009
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