(...) A preguiça é a máxima das liberdades. Ser livre não é apenas poder decidir entre A, B ou C, como por vezes se pensa; é ainda poder não decidir.
Decidir é recusar umas hipóteses e escolher outras; é perder sempre. Por cada opção agarrada, milhares de outras se perdem. Daí que a perguiça signifique, de certa maneira, o regresso a um estado infantil em que tudo era sempre possível porque ainda nada se havia recusado. (...)
Que fizeste tu nestes dias de Agosto? "Fiz a minha tranquilidade", eis uma resposta possível. E que trabalho dá fazer tal coisa tão pouco visível.
Em suma, há a perguiça e há ainda muitos trabalhos. E se nos for dado a escolher um, porque não aquele de que falava a cantora Laurie Anderson: "os teus olhos. É um dia inteiro de trabalho olhar para eles".
Decidir é recusar umas hipóteses e escolher outras; é perder sempre. Por cada opção agarrada, milhares de outras se perdem. Daí que a perguiça signifique, de certa maneira, o regresso a um estado infantil em que tudo era sempre possível porque ainda nada se havia recusado. (...)
Que fizeste tu nestes dias de Agosto? "Fiz a minha tranquilidade", eis uma resposta possível. E que trabalho dá fazer tal coisa tão pouco visível.
Em suma, há a perguiça e há ainda muitos trabalhos. E se nos for dado a escolher um, porque não aquele de que falava a cantora Laurie Anderson: "os teus olhos. É um dia inteiro de trabalho olhar para eles".
gonçalo m. tavares, in Ginko Set 08.